Querido irmão:

A beatificação do servo de Deus Álvaro del Portillo, fiel colaborador e primeiro sucessor de São Josemaria Escrivá à frente do Opus Dei, representa um momento de especial alegria para todos os fiéis dessa Prelatura, bem como para ti, que durante tanto tempo foste testemunha do seu amor a Deus e aos demais, da sua fidelidade à Igreja e à sua vocação. Eu também desejo unir-me à vossa alegria e dar graças a Deus que embeleza o rosto da Igreja com a santidade dos seus filhos.

“O meu preceito é este: Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”:  ut diligátis ínvicem, sicut diléxi vos” (Jo 15, 12).

Queridos irmãos e irmãs, estas palavras do Evangelho ressoam hoje na minha alma com uma alegria nova, ao considerar que a multidão ontem presente neste local, muito em comunhão com o Papa Francisco e com todos os que nos acompanhavam nos quatro pontos cardeais, não era propriamente uma multidão mas uma reunião familiar, unida pelo amor a Deus e pelo amor mútuo. Este mesmo amor também se torna hoje mais forte na Eucaristia, nesta Missa de ação de graças pela beatificação do queridíssimo D. Álvaro, Bispo, Prelado do Opus Dei.

Homilia do Cardeal Angelo Amato por ocasião da beatificação de Álvaro del Portillo

1. «Pastor segundo o coração de Cristo, zeloso ministro da Igreja[1]» . Este é o retrato que o Papa Francisco oferece do Bem-aventurado Álvaro del Portillo, bom pastor, que, como Jesus, conhece e ama as suas ovelhas, conduz ao redil as que se perderam, enfaixa as que estão machucadas e oferece a vida por elas[2].

Naquele tempo estava Jesus na margem do Lago de Genesaré a falar com os seus discípulos e foi-se juntando mais gente ao seu redor para ouvi-Lo.

Este episódio faz-me lembrar uma ocasião em que S. Josemaria foi de surpresa a Salto di Fondi, nas margens do Tirreno. Nós, que estávamos no pinhal, a estudar, vimo-lo caminhar pela praia, com dois rapazes também da Obra. Daí a pouco estava cercado por todos nós. Sentado na areia, olhava para o mar em silêncio. Não me lembro de nenhuma outra ocasião em que não estivesse a falar connosco ou a ouvir-nos. E, por fim, disse: «Não me canso de ver o mar!» Mas logo começou a conversar connosco, com a mesma simplicidade com que Jesus falaria com os seus discípulos.

AS IRMÃZINHAS ATEIAS DA CARIDADE
Porque razão a Igreja tem o monopólio da caridade?  

Consta que um zeloso pároco afixou esta convocatória para uma quermesse paroquial:
 
«Estimadas senhoras: vamos ter em breve a nossa habitual venda de caridade, para a qual esperamos que contribuam com aquelas coisas que têm lá em casa e que não servem para nada. Tragam os vossos maridos!».